Nós
estamos em constante busca pela aceitação do outro, como se nosso valor
estivesse na opinião alheia. É um clichê chato esse assunto de se amar, mas a
realidade é que não sabemos fazer isso. E quando o fazemos, fazemos de forma
errada, de uma maneira arrogante, nos colocando como superiores.
É
nosso dever saber de nossas qualidades e valorizá-las, não tem nada mal nisso,
até porque nossos defeitos geralmente estão na ponta da língua. Mas o que
acontece muitas vezes é que nossa qualidade só se torna real se percebida e
pontuada por alguém. Quantas vezes, achamos que em uma relação, a pessoa não
está dando atenção o suficiente ou não estamos sendo apreciados o suficiente? E
o que a gente faz? Cobra atenção, elogios, investimento porque, no fundo,
queremos validação do outro. A questão aqui é: todos nós temos expectativas,
mas não é obrigação do outro atendê-las, assim como não é nossa obrigação
aceitar algo que não é o suficiente pra gente. Quero dizer que o nosso papel
não é ficar cobrando por uma confirmação porque isso é cansativo, desgastante e abaixa
nossa autoestima. Nessas horas temos que saber o nosso valor e que tipo de
relações queremos cultivar, sejam de qual tipo for. E se não nos faz sentir
bem, é porque está nos fazendo mal, não existe meio termo.
É
muito frustrante quando contamos algum plano nosso para alguém e a pessoa joga
um balde de água fria porque ela não acha tão legal. Parece que imediatamente
aquilo se torna menos incrível pra gente também. Às vezes, as pessoas se
entusiasmam por coisas que não fazem sentido pra gente. É nessa hora que
devemos tomar cuidado para não fazermos com que elas se sintam mal por aquilo
que as fazem sentir bem.
A
nossa foto não deixa de ser bonita porque não teve tanta curtida, nosso cabelo
não deixa de ser bonito porque não está no padrão social, nossos sonhos não
deixam de serem incríveis porque ele só faz sentido pra gente. Nem todo mundo
vai nos apoiar sempre, nem todo mundo vai entender, mas tudo bem.
As
pessoas são diferentes, não faz sentido nos compararmos uns com os outros já
que sentimos e agimos de formas distintas. Não somos menos que ninguém porque
nosso defeito é diferente do outro. Mas também não somos mais por achar que
nossa visão de mundo é a correta.
Muitas
vezes nos diminuímos para caber em situações e pessoas que naturalmente não
caberíamos. Que possamos aprender com o diferente sem deixar de nos valorizar
por nossas qualidades. Que possamos olhar com empatia para o outro para que
possamos o enxergar. Porque quando olhamos a partir da nossa perspectiva,
acabamos nos vendo em um espelho de coisas que faríamos ou não se tivéssemos
aquela vida. A vida do outro não é sobre a gente. Assim como a nossa não é
sobre o outro. É necessário escutar e aprender com as pessoas, é importante
levar em conta opiniões que visam nos ajudar, mas que tenhamos a sabedoria de
entender que uma escolha diferente não é uma escolha errada para que nossa vida
não seja, apenas, um reflexo da opinião alheia.
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